a Daniel Faria
Quando a terra abraçar o mar,
Serei eu próprio a ave de rapina,
Serei eu próprio fruto proibido mas tão apetecido;
E puxarei alegrias acima de melancolias,
E puxarei tanto quanto mais houver o sol.
E se a terra abraçar o mar,
Serei eu próprio o cerne do mundo.
Haverá noite daqui a três horas,
Os senhores andarão no terreiro do paço,
E nesse embaraço ficarão na imensidão da vida.
Há quem seja uma pequena porção de terra!
Eu serei apenas o vulto dos montes.
Oh, sereníssima virtude de sétimas noites,
Serei tua quando a manhã cair sobre a noite,
Serei tua quando os filhos ressurgirem das montanhas,
Serei tua quando a terra abraçar o mar.
Lê-se em Com passos
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