quarta-feira, 12 de outubro de 2022

A relação entre a música e a literatura em Franz Schubert Die Schöne Müllerin

É no final do século XVIII, início do século XIX, na transição do classicismo para o romantismo que surge o “lied”, palavra alemã que podemos traduzir por canção. Este género consiste numa composição feita para ser tocada e cantada ao piano.  

De forma a demonstrar a relação entre a música e a literatura, irei analisar algumas das canções da “Bela Moleira”, de Franz Schubert.

No que diz respeito à primeira canção, “Viajar”, podemos dizer que apresenta um ritmo lento associado ao prazer de viajar “Oh, viajar eis o meu prazer, oh, viajar! ” contudo, há um dinamismo dado pelas imagens da água e das rodas: “Ela não repousa nem de dia nem de noite, Ela só pensa em correr a água. Nunca ficam imóveis, Infatigáveis elas giram as rodas.” No meu entender a canção que apresenta um maior dinamismo e, paradoxalmente, apresenta algumas passagens que se associam ao descanso e à ideia de lentidão, é a que se intitula “Depois do trabalho.” Ao analisar o ritmo das canções também foi interessante reparar na forma como o piano acompanha o movimento da viagem, enfatizando momentos da melodia e do texto, fazendo justiça às características que já referi. 

A música no século XIX apresenta um caráter sentimental. O ciclo de canções da “Bela Moleira” é um exemplo desse sentimentalismo. Sobressai na bibliografia de Schubert a marca de um desgosto amoroso que pode ajudar na compreensão dos ritmos.  

    

 

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