Este ano comemora-se o centenário do
nascimento de Eugénio De Andrade. Por isso partilho alguns poemas da sua autoria.
“As Palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?”
Eugénio de Andrade, In As palavras Interditas - Até Amanhã, Assírio & Alvim.
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