No dia mundial do teatro recordemos o início da peça "Frei Luís De Sousa."
"Madalena só, sentada junto à banca, os pés sobre uma grande almofada, um livro aberto no regaço, e as mãos cruzadas sobre ele, como quem descaiu na leitura e na meditação.
Madalena (repetindo maquinalmente e devagar o que acaba de ler)
«Naquele ingano d'alma ledo e cego
Que a fortuna não deixa durar muito...»
Com paz e alegria d'alma... um ingano, um ingano de poucos instantes que seja... deve de ser a felicidade suprema neste mundo. E que importa que o não deixe durar muito a fortuna? Viveu-se, pode-se morrer. Mas eu!... (pausa) Oh! que o não saiba ele ao menos, que não suspeite o estado em que vivo... este medo, estes contínuos terrores, que ainda me não deixaram gozar um só momento de toda a imensa felicidade que me dava o seu amor. Oh! que amor, que felicidade... que desgraça a minha!"
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