quarta-feira, 5 de outubro de 2022

A consciência de um mundo

 Conscientemente, criamos palcos de imaginação, onde a cada momento sonhamos. Formamos heterónimos, ficamos presos a uma personagem, damos vida ao imaginário e, enfim, somos leves e felizes como uma flor em dia de primavera.

Eu nunca tive nenhum amigo imaginário (e bem sei que heteronomia não se assemelha, mas a analogia é inevitável) mas assisti à amizade de um pastel com uma menina loura. Ela rodava sobre as cadeiras, jogando um jogo; ela estimava e venerava o amigo cuidando de ser amiga; ela cantava-lhe, Sempre há sempre alguém, (mas não consta que quisesse ser cantora); ela queria apenas cativá-lo pois já antes ele a cativara. Os tempos mudaram e Lúcia seguiu o seu caminho. A amizade está guardada num cantinho especial mas nunca mais voltaram a brincar. 

Sucedera-lhe a homónima da rainha coroada depois de morta e que imaginava ser uma pequena grande escritora. Seguiu o seu caminho em frente, parou em estudos portugueses. Na sua história não há registo de amigos imaginários mas tem alguma queda para a heteronomia, e assim vive criando novos sonhos, imaginando novos caminhos, vivendo outras vidas.

Enfrentar o mestre dos imaginários, o mestre que é diferente a cada momento, que conta as flores no universo, mas tão depressa muda e percorre o seu destino. Voar por outros universos será o meu próximo objetivo como escritora. Mas primeiro há que conhecer bem o mestre, para depois, quem sabe, seguir a sua arte.

Difícil, mas é a arte de ator da escrita.

Lê-se em Com passos.



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