quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Âncora que vergas alta

 

Vergas alta âncora na malícia!

Como se da diligência do corpo

Se fizessem alegorias da alma.

Ah, se tanto eu navegasse

Na imensidão do infinito.

Que da nau estúpida de meu nome

Saíram as sósias de meu outrora.


E cá vou andando

Por luares felizmente

Na brevidade das âncoras,

Que da congratulação aos céus,

Param os sábios as escrituras.

Oh, meu mestre Masaoka Shiki,

Que é desse teu haiku das palavras de Deus?

Ah, âncora que vergas alta, és memória em corpo.

Agora, minha âncora reza a consciência perturbada

Liberta-me do fumo negro onde estou navegando. 


Ah, sátiras divinas, quem vos perdeu?

Submeto-me ao mar da vida medíocre,

De quem sou, de quem fui num gesto só.

Não sei se me fique por sétimas tenentes de Beresford,

Ou se vá em frente, na vingança do que não vinguei, 

Na vingança das âncoras que ainda mal verguei! 


Haiku – poesia em japonês.

Masaoka Shiki – mestre da poesia japonesa.


Lê-se Com passos


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