Oh! Ribeiro, ribeiro,
Porque te poluíram a alma?
Que é do sol que brilhava junto a mim?
E ao sair das tuas águas de cipreste,
Deparo-me com o vento que bailava em mim.
E num abraço amargo de meu aspergir de
alma,
Vou falando a Neptuno que me dissera olá,
Que me dissera adeus como uma flor.
Oh! Meu Neptuno desassossegado,
Tu que por entre a bruma esquecida,
Me fizeste sonhar com um ribeiro,
Ribeiro esse a quem contei tudo,
A quem não contei nada, nada.
Caio das mais altas instâncias que me fizeram
chorar,
Que fizeram ser alguém capaz de mudar o
mundo
E conservo em mim toda a felicidade de uma
vida.
E se as catástrofes derivassem de uma flor?
Sinto-me como se tivesse o mundo,
Mundo esse guardado para as almas eternas,
Guardado para quem ficar junto ao ribeiro.
E vou ficando sem imaginação na alma,
Para escrever as mais belas canções de um
ribeiro.
Observo o sol que, outrora escondido, deu-me
o fruto.
E fico eternamente deitada sobre o leito
de um ribeiro,
Que noutras alturas se esvaiu em sangue de
uma flor.
Lê-se em Com passos.
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